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não exato.



algo sobre a inexatidão ;



ACHADOS E PERDIDOS

domingo, 1 de novembro de 2009

Perdemos tantas coisas pelo caminho. Tanta areia escapa de nós, tanta água escorre de nossas mãos. E de nossos olhos. Tantas, tantas coisas se perdem, se vão, algumas delas para jamais serem encontradas novamente.
Deixamos tantas coisas para trás, esquecemos coisas em lugares que não são seus por direito. Em um canto qualquer. Tanta coisa fica para trás e nem sempre a esperança é suficiente para que voltem. Tanta coisa fica para trás. E há tanta coisa pela frente e, mesmo assim, algumas vezes nossos olhos estão virados para trás. Olhos que procuram, incansavelmente, pelo que foi perdido. Por descuido, por falhar, por esquecimento, por vontade, por abandono. Por sermos humanos. E o coração, às vezes, se perde junto. Um coração que se perde na procura. Perdido no não-encontro.
Tantas coisas se perdem dentro de nós mesmos, tantas coisas são esquecidas, abandonadas dentro de nós. Memórias, sentimentos, impressões. Como o mar, revolto em sua existência, que escava a areia no fundo e a traz na espuma. E retira a que está na arrebentação.
Pode ser que em algum momento o mar de nossas vidas traga de volta aquilo que perdemos.
Mas é preciso tomar cuidado ao pedirmos ondas. Elas trazem o que pensamos que queremos, mas podem nos tirar o que não estamos preparados pra perder.

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