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DESCONTROLE
sábado, 1 de agosto de 2009
“- Eu finalmente perguntei por que gostava de assistir os filmes que já tinha visto. E você lembra o que disse?
- Gosto de saber como as coisas serão.”
- Gosto de saber como as coisas serão.”
Decidi começar o post de hoje com um diálogo de uma das séries que eu assisto e que me fez parar pra pensar em como queremos estar no controle das coisas. Queremos saber “como”, “quando”, “onde” e “por que’’.
Estar no controle implica segurança. Sabemos onde vamos pisar e o que devemos fazer. Sabemos, inclusive, se devemos ir adiante. Ter o controle perfeito das coisas é seguro e racional e erros (e acertos) dependerão apenas da gente. Mas isso, em se tratando da vida, é impossível.
Podemos planejar, imaginar e tentar prever, mas tentar controlar absolutamente tudo é humanamente impossível, ainda mais caso se trate de algo que envolva mais do que nós mesmos.
Acredito que cada um de nós seja um universo e controlar múltiplos universos não me parece ser plausível. Aliás, controlar nosso próprio universo não é muito viável, já que, por vezes, o que pensamos, o que sentimos e, acima de tudo, o que queremos está além, muito além, do que podemos controlar. Ou do que pensamos que podemos.
Imagine, então, querer controlar o outro. Controlar seus pensamentos, seus sentimentos, suas vontades e seus desejos. Mais que isso, imagine querer controlar a vida e suas situações, o destino e suas decisões, tudo aquilo que acontece e não depende da gente e de que não temos culpa. Não temos culpa, inclusive, porque não controlamos, fogem do nosso alcance e podemos apenas parar e assistir.
Acho que esse é um dos muitos pontos positivos em não controlar: se controlássemos todas as coisas, seríamos culpados por absolutamente tudo. E a culpa é um fardo muito grande para carregarmos, dentre tantos que já possuímos e que às vezes carregamos com certa dificuldade.
Não digo que eu não quero algumas vezes – ou até mesmo muitas vezes – controlar tudo, porque, sim, eu quero. Em muitos momentos gostaria que tudo dependesse de mim, porque há momentos em que nossa própria vida sai do nosso controle e isso nos desespera. Não sabemos para onde ela irá e, se der errado, não saberemos a quem culpar. E assumiremos uma culpa que sabemos não ser nossa. Sim, assim como todo mundo, eu também quero ter plenos controles sobre tudo em algumas vezes. Mas achar que essa é a única maneira de ser feliz e de ter sucesso, não só é equivocado, como põe tudo a perder.
Somos donos de nós mesmos, do que faremos, das nossas decisões e de por quais batalhas lutaremos. Isso eu concordo. Mas é só isso. O que virá disso tudo é um conjunto de nossas escolhas com as escolhas alheias e um toque da própria vida, encaminhando tudo isso ou levando para outro lado. E é assim, a vida é assim e querer que isso seja diferente de qualquer maneira é lutar contra o que já entra com a vitória na batalha. É, acima de tudo, desperdiçar a chance valiosa de ser feliz e que não pode ser desperdiçada.
Podemos assistir aos filmes que tanto amamos milhares de vezes, podemos gostar daquilo que conseguimos controlar, mas não devemos querer estar no controle do que não deve ser assim. Devemos ser felizes. É isso que nos cabe e isso não inclui adivinhar ou controlar, porque viver é não saber. E não há erro em não saber. Errado é não querer aprender.