não exato . <body>

não exato.



algo sobre a inexatidão ;



VINTE E UM

domingo, 6 de dezembro de 2015


Vinte e um dias que em vida morreu aquilo que achei que fosse meu.
Vinte e um dias da morte que achei não ser possível.
Vinte e um dias que espero que a morte seja reversível.

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CONFISSÕES - II

domingo, 17 de março de 2013

Vou apagar cada rasto em mim que você deixou.
Eu vou expurgar você de mim.

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CONFISSÕES - I

segunda-feira, 14 de maio de 2012


Dói seu toque na minha existência. Dói. Queima. Arde. Corrói.
Me faz achar que vou explodir. Ou que enlouqueci. Me faz pensar ambos, na verdade.
Me faz sentir viva. Me faz sentir. Me faz respirar e é como se todo o ar não fosse o suficiente.
Me dá medo, receio. Me faz sentir tola. Me faz ser tola. Me deixa confusa e fez tudo ser diferente. Traz o melhor de mim e o pior, idem.
Me faz ter vontade de me afastar, mas ninguém, se afasta do que já não está perto. Me faz ter vontade de abrir mão, mas ninguém abdica ao que já não possui.
Seu toque na minha existência me faz sentir apaixonada. De um jeito tão certo que chega a ser errado. Me faz sentir inteira. Me faz sentir completa. Me faz sentir como que perdendo todo o controle sobre mim mesma, sobre quem sou ou sobre o que sinto. Me faz sentir tão necessitada da sua própria existência e me faz ter a certeza que não é possível sentir isso por mais ninguém, exceto por você. Me faz te querer tanto que tenho certeza que nada é capaz de me fazer te querer menos.
Seu toque na minha existência fere e dilacera por me fazer saber que nunca serei capaz de tocar a sua própria.
Dói seu toque na minha existência. Me expõe. Me descontrola. Me descontrolo. Me deixa vulnerável. Me completa e me preenche. Dói. Queima. Arde. Corrói. E ainda assim me faz querer por mais, até que eu me afogue em você.

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LET IT GO

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Eu preciso me afastar.

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CONSOLO

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Procuro consolo na minha própria companhia. Procuro consolo na minha própria solidão.
Procuro consolo nas minhas próprias palavras. Procuro consolo no meu próprio silêncio.
Procuro consolo de uma dor que não sei porque doi, nem porque é minha.
E diante dos meus próprios afagos, me fecho dentro de mim, me perco dentro de mim e todas as conversas ensaiadas morrem antes que possam ser ditas. E ouvidas. E são apenas pensadas. Palavras que existem apenas no eco da minha própria mente e por mais que se repitam, não ganham vida e nem explicação.
É tudo tão confuso agora que a cada momento é mais difícil dizer. Explicar.
Eu deveria procurar me entender ao invés de me consolar.

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Vênus na casa VIII

domingo, 31 de julho de 2011

Não sei quanto às pessoas que não acreditam em astrologia, mas eu acredito. Não cegamente, mas acredito. Não sei se a Lua em Vênus é melhor ou se o Sol na 3ª casa é sinal de sorte e não por não acreditar propriamente, mas simplesmente não compreendo isso e nem faço muito esforço. Mas acredito em signo e vez ou outra o horóscopo acerta em cheio.
Sou de Câncer, o signo mais emotivo, mais maternal, mais chantagista, mais isso e mais aquilo do Zodíaco. Sou muitas dessas coisas, mas sou tantas outras que nada têm a ver comigo ou com meu ascendente, que suponho ser Gêmeos - ou Touro, mas quem se importa, afinal? - ou qualquer detalhe no estilo. Mas, na verdade, o que tenho reparado é que tenho muito mais a ver com o símbolo do meu signo do que eu supunha.
Câncer é simbolizado por um caranguejo que, ao contrário de mim não anda pra trás - e isso apenas porque ele não sabe que às vezes é NECESSÁRIO. Caranguejo esse que se fecha diante do perigo. Nesse ponto, admito, sou menos racional do que o crustáceo, porque embora eu saiba andar para trás, acho que estou sempre fechada, estando em perigo ou não. E nem tenho muita certeza disso - talvez essa incerteza me faça ter algum fragmento libriano, não se sabe -, mas tudo indica que me fechei mais do que um caranguejo seria capaz ou poderia supor necessário. Não me lembro de nenhum grande impacto, nenhuma grande decepção, nenhuma grande amargura pra que isso acontecesse. Me decepcionei tantas vezes, isso é fato, o que não faz sentido é que isso não me fechou, isso eu bem me lembro. E se uma situação adversa não me fechou no exato momento em que aconteceu porque eu iria tão pra dentro da minha casca tempos depois? Não sei e tenho medo de descobrir - eis o meu lado pisciano. Tenho medo de descobrir porque meu lado leonino, dramático como deveria ser, diz que talvez seja irremediável, talvez seja simplesmente meu e nunca vá conseguir mudar.
Mas também posso descobrir que tem jeito e, sabendo disso, faz-se necessária uma mudança urgente. E o tempo, o tempo torna tudo mais difícil e quanto mais você demora a se expor, mais difícil parece ser - e mais difícil fica, em verdade. Eu precisaria da impulsividade de Áries, da meticulosidade de Virgem, do espírito aventureiro de Sagitário, da obstinação de Escorpião, do amor pelo novo de Aquário, da adaptação de Gêmeos, da teimosia de Touro e da paciência de Capricórnio.
Desconfio que eu tenho tudo isso, que todos temos isso. Todos nascemos com as armas exatas que precisamos para sermos felizes. Eu só preciso conseguir olhar fora da minha própria carapaça.

*Vênus na casa VIII tem a ver com momento de renovar, de necessidade de busca de algo mais. Fonte

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Ressaca

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Em alguns momentos, ao invés de subestimar minha força, eu a superestimo. Acredito ter uma força muito maior do que aquela que efetivamente tenho. Não que o certo seja subestimar. Ou superestimar. Mas, quando superestimo, eu caio. E caio sem querer, sem perceber. Sem que eu tenha me jogado. Sem que eu esteja preparada para a queda. Sem que eu saiba como eu vou levantar. Sem que eu entenda, sequer, porque eu caí se há tão pouco tempo eu ainda estava de pé.
Na maioria das vezes nem é questão de me achar invencível: apenas acredito que sou capaz de lidar com o que parece tão simples. Com o que é tão simples. E na teoria, como sempre, funciona. Teorizo, imagino e modelo. E, na minha imaginação, no eco dos meus pensamentos, tudo se encaixa e tudo está bem.
Mas a vida não é um quebra-cabeça. Não é um encontro de peças feitas unicamente umas para as outras. A vida é um desencontro desenfreado onde todos os encontros acontecem. E, no meio disso tudo, estou eu, me sentindo forte. Mais do que isso, me acreditando forte.
E correndo a mais de cem por hora, me jogo contra um muro. Um muro que eu nem tinha visto. Nem sequer sabia que existia. E, se soubesse, certamente não acharia que fosse machucar tanto. E machuca. Machuca pra me destruir.
Eu, forte, decido ir pro mar, sem saber que uma ressaca me aguarda. Me aguarda e me arrasta para o mais fundo de mim, o que, em outros termos, eu nem consigo acreditar que existe. E que talvez não exista mesmo, mas essa crença numa força que não é assim tão grande faz tudo desabar. Só não faz ir pra longe.
Aceito, racionalmente, que não há motivo pra dor e acho que, assim, vou ser capaz de suportar. Não entendo porque tanta dor ou desespero. Porque tanta confusão ou faltas de respostas.
Mas o talho então feito em mim é muito mais profundo do que eu podia supor e a dor não é nem próxima da qual eu me lembrava. E não há como aguentar essa dor.
Na verdade, aguentar é possível. Mas a força que tenho em mim não é suficiente para que eu aguente com conforto. Com a naturalidade que devia existir e que, por não haver toda essa força, não existe.
Não acho que seja caso de prepotência. É só que nesses momentos acho que certas coisas tão pequenas eu sou capaz de enfrentar, com graça e coragem. Mas tudo o que me resta é meu desespero silenciado. E então eu já não sei se sou eu que não sou forte o bastante, se tudo isso é que não era e não é tão pequeno assim ou se eu estou lutando contra algo sem nem mesmo saber que estou numa batalha.
Eu me perdi. Estou perdida. Não sei que caminho seguir, nem como prosseguir e nem se quero caminhar. Eu só quero me encontrar de novo. Me encontrar mais uma vez, como sempre me encontro. Eu só quero silenciar. Esquecer. Fortalecer.

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